“Os Impactos da IA na Formação e na Responsabilidade Profissional do Advogado: O que Esperar da Advocacia do Futuro?”


A inteligência artificial (IA) está transformando o exercício da advocacia, exigindo do profissional do Direito não apenas domínio técnico, mas também competências tecnológicas, éticas e interdisciplinares. Ferramentas baseadas em IA já automatizam rotinas, realizam pesquisas jurisprudenciais e auxiliam na análise de dados, o que demanda uma atuação crítica, responsável e alinhada aos deveres previstos no Estatuto da OAB e no Código de Ética.
O advogado contemporâneo precisa compreender o funcionamento dos algoritmos, assegurar o sigilo das informações, proteger os dados pessoais e manter a autonomia do cliente informada sobre o uso dessas tecnologias. A ética digital, a literacia tecnológica e a inteligência emocional tornam-se competências centrais para preservar a dignidade da prática jurídica em um ambiente cada vez mais automatizado.
Nesse contexto, a formação jurídica deve ser repensada. É indispensável a inclusão de disciplinas como ética digital, jurimetria, governança algorítmica e proteção de dados, além de métodos de ensino ativos e interdisciplinares. A OAB tem papel estratégico na regulação do uso da IA, devendo estabelecer normas claras para garantir a transparência, a responsabilidade e a supervisão ética dessas ferramentas.
Por fim, a IA não deve substituir o advogado, mas fortalecê-lo como garantidor dos direitos fundamentais. A advocacia do futuro será tanto mais relevante quanto mais souber integrar inovação tecnológica com compromisso ético, justiça social e respeito à dignidade humana.